TEORIA DA EVOLUÇÃO: A FÉ DOS ATEUS
http://www.veritatis.com.br/article/3887
Por Alessandro Lima
Observem um pequeno texto do Stephen Jay Gould (Evolution as Fact and Theory"; Discover, May 1981):
No vernáculo americano, "teoria" freqüentemente significa "fato imperfeito"- parte de uma hierarquia de confiança indo do fato à teoria, à hipótese ao chute. Eis o poder do argumento criacionista: evolução é 'somente' uma teoria e muito se debate sobre vários aspectos dela. Se a evolução é menos que um fato, e os cientistas não conseguem nem se decidir sobre a teoria, então que confiança podemos ter nela? De fato, o [então] presidente Ronald Reagan deu eco a esse argumento diante de um grupo evangélico em Dallas ao dizer (no que eu sinceramente espero ser somente retórica de campanha): "Bem, é uma teoria. É somente uma teoria científica, e recentemente tem sido desafiada no mundo da ciência ou seja, na comunidade científica não se crê que ela seja tão infalível como era". (Stephen Jay Gould (Evolution as Fact and Theory"; Discover, May 1981)
Bem, evolução é uma teoria. E também um fato. E fatos e teorias são coisas diferentes, não níveis em uma hierarquia de confiança. Fatos são os dados do mundo. Teorias são estruturas de idéias que explicam e interpretam fatos. Fatos não desaparecem enquanto os cientistas debatem sobre teorias que competem par explicá-los. A teoria gravitacional de Einstein substituiu a de Newton em nosso século, mas as maçãs não ficaram suspensas no ar, esperando o resultado. E humanos evoluíram de ancestrais semelhantes aos macacos, quer isso tenha acontecido pelo mecanismo proposto por Darwin ou por outro ainda a ser descoberto. "Além disso, 'fato' não significa 'certeza absoluta'; não existe um animal assim neste mundo excitante e complexo. As provas finais da lógica e matemática fluem dedutivamente a partir e hipóteses e produzem certezas somente porque elas NÃO pertencem ao mundo empírico.
Evolucionistas não fazem nenhuma alegação de verdade perpétua, embora freqüentemente os criacionistas o façam. Em ciência "fato" só pode significar "confirmado a um grau tal que não seria razoável retirar concordância". Eu suponho que é possível que amanhã as maçãs comecem a cair para cima, mas essa possibilidade não merece o mesmo tempo de análise nas aulas de física.
"Evolucionistas têm sido muito claros sobre essa distinção entre fato e teoria desde os primórdios da teoria porque reconhecemos quão distantes estamos de entender completamente os mecanismos (teoria) pelos quais a evolução (fato) aconteceu. Darwin enfatizava continuamente a diferença entre essas duas enormes conquistas: estabelecer o fato da evolução, e propor uma teoria - a seleção natural - para explicar o mecanismo da evolução."
O que é a Evolução?
Observe que o texto acima não afirma que fato e teoria são sinônimos, porém afirma que evolução é um fato, e que resta para a ciência apenas entender quais os mecanismos (teoria) que atuam para que a evolução ocorra, isto pareceria perfeitamente racional se não levássemos em conta alguns outros fatos, vejamos:
Afirmar que evolução é um fato deve se sustentar em evidências, são citadas, por evolucionistas, várias evidências da existência de evolução, porém são apenas evidências devido a adoção de certas interpretações de alguns fatos que podem ter outras interpretações, determinadas interpretações é que são usadas como evidências, e não os fatos em si. Isto é relevante, pois a história da ciência moderna, já na era da metodologia científica, demonstra que algumas consistentes teorias estavam totalmente erradas, como por exemplo a teoria do flogístico, que apesar de totalmente errada persistiu como "fato" por muito tempo, graças às teorias "ad-hoc", que eram usadas para fazer a manutenção desta teoria (como é feito atualmente com a teoria da evolução) e também a teoria da abiogênese (formação de organismo vivo a partir de matéria não viva, geração espontânea). Apresentarei diversos fatos que foram, ou são, interpretados de forma errada, forçosa ou influenciada por pressuposições filosóficas.
Se existem mecanismos evolutivos, eles devem ser observados e registrados, pois seriam fenômenos naturais, e em seguida o observador deve verificar a regra geral (generalização) baseada em suas observações. Por sua vez, esta generalização deve permitir que ele faça predições. Testa-se a seguir a sua hipótese, conduzindo experiências para determinar se o resultado previsto irá ocorrer. Mediante contínuas confirmações de suas predições pelo observador ou por outras pessoas que também adotem metodologias científicas, a hipótese se tornará uma teoria, e a teoria, com o tempo e os testes, irá alcançar a condição de Lei Científica (R. L. Wysong, The Cration/Evolution Controversy "East Lansing, MI: inquiry Press, 1976", 40-41). Neste aspecto, apenas as chamadas microevoluções podem ser demonstradas dentro da metodologia científica, mas as microevoluções são apenas uma pequena parcela da evolução como é geralmente compreendida e difundida, sendo, portanto, impossível de se provar cientificamente a evolução, pois não há evidências ou provas científicas de que ela ocorre como afirma a teoria, e se ela realmente ocorreu em outras épocas, como é sugerido (macroevolução), pode-se apenas concluir que ela existiu através da interpretação de algum indício, e nisto há grande fragilidade para se provar a evolução, pois a teoria propõe a existência de mecanismos naturais que devem ter atuado, mas que não se prova em laboratório sua existência e nem mesmo através da observação do registro fóssil. Deduzir que um conjunto de micromutações podem equivaler a uma macromutação é destituído de provas, além de existirem observações que sugerem a impossibilidade desta equivalência (observações em populações de animais que sofrem seleção artificial, assunto que é comentado neste site, mais adiante).
Diante dos fatos acima citados, promover a teoria da evolução a algo parecido com "fato", sem que haja observação empírica, não passa de um truque semântico que procura compensar a completa falta de evidências indiscutíveis que passam pelo rigor da metodologia científica. Fatos se constituem de provas ou deduções que excluem por completo interpretações alternativas de maneira verdadeiramente científica ou racional, sem fazer exclusão a partir de pressuposições filosóficas (impossibilidade da vida ter surgido através de criação especial pelo fato de se crer que não existe um criador), que é o principal sustentáculo do prestígio da teoria evolucionista. Afirmar que evolução é um fato, sem se ter verdadeiras e criteriosas provas, não passa de um ato de fé semelhante aos que estão presentes em qualquer religião do mundo. Instituir uma regra para definir a proximidade que "teoria" tem com "fato" para não se exigir provas que validem uma teoria, é o mesmo que acabar com a fome através de um decreto que diz "proibido passar fome", mas sem que se dê alimento aos famintos, o que é realmente necessário.
Outro argumento usado para fortalecer a credibilidade da teoria da evolução é o fato de que a ciência é limitada, não sendo possível, portanto, avaliar outra teoria alternativa, a teoria da criação especial, pois esta teoria não permite a elaboração de hipóteses específicas, passíveis de teste experimental, além de que a teoria da criação especial recorre ao sobrenatural, ou seja, a existência de uma entidade inteligente e criadora, geralmente considerada uma divindade, contrariando assim um princípio filosófico adotado pela ciência moderna, mas que já esta se provando limitador e questionável, como veremos a seguir.
Embora as explicações naturais tenham se provado as corretas explicações para quase todos fenômenos ao longo da História da Humanidade, não se deve adotar como regra para a avaliação de qualquer fato ou fenômeno, pois, embora tal postura possa parecer muito razoável, é um posicionamento filosófico (chamado de "naturalismo") que pode tirar a objetividade da ciência, levando ao cometimento de erros ao tentar se adotar uma metodologia científica ou de avaliação de fatos já ocorridos, pois, afirmar que algo é objetivamente verdade implica que está baseado em evidência empírica e não apenas pelo fato de se assumir um pressuposto ou preconceito em solo filosófico.
O problema do fundamentalismo naturalista
Uma exclusão metodológica de explicações sobrenaturais (como, por exemplo, a possibilidade da existência de um criador inteligente) constitui uma limitação na disciplina do pesquisador, não uma descrição da realidade objetiva. Se os Biólogos evolutivos querem mostrar que a existência da diversidade de seres vivos não envolve desígnio sobrenatural, eles não podem excluir a possibilidade somente a priori, têm que provar a viabilidade da alternativa naturalista, o que ainda é um verdadeiro desafio para os evolucionistas quando deparados principalmente com as remotas probabilidades de certos fatos ou fenômenos ocorrerem. Adotado como princípio filosófico pela ciência moderna, o naturalismo, pode levar a resultados corretos na maioria das vezes, mas, devido a limitação do conhecimento humano, pode-se levar a erros que não seriam cometidos ao se adotar um posicionamento racional isento de pressuposições, isto é utilizar-se de premissa falsa ou de veracidade duvidosa, mesmo quando se chega a conclusões verdadeiras (o que ocorre quando se usa inferências válidas), pois, descartar a possibilidade de existência do sobrenatural pode conduzir a erros devido ao fato de que muitas coisas podem ser tidas como sobrenaturais apenas enquanto não são completamente conhecidas.
Um exemplo de erro que ocorre a partir da suposição que já se conhece o universo natural é o caso da afirmação de Antoine Lavoisier, ao dizer:
"Nada além de bobagens... apenas camponeses podem acreditar que do céu caiam pedras, porque simplesmente não há pedras no céu."
Na ocasião, no ano de 1769, Antoine Lavoisier estava procurando desmistificar a crença na existência de meteoritos, que ainda não eram desconhecidos pela ciência de sua época, embora os camponeses "supersticiosos" já afirmavam que pedras caíam do céu.
Um naturalista, que era um fervoroso defensor do ateísmo em grupos de discussão na Internet, ao avaliar esta passagem histórica envolvendo Lavoisier, procurando justificar a afirmação errada do famoso personagem histórico, fez as seguintes observações:
"Ele tinha excelentes motivos para fazer a afirmação que fez, porque ela era consistente com todas as evidências disponíveis. No ponto em que ele estava, estava ocorrendo exatamente uma mudança de paradigma: achamos evidências de casos anômalos. Só a partir de então é que as evidências contradizem a teoria. Até então, a hipótese (de que não há pedras caindo do céu) era excelente."
Novamente, a questão de contexto... é impossível provar deterministicamente a impossibilidade de algo. Ele afirmou sobre a extrema improbabilidade do evento, no que continua certo.
Por mais que os argumentos acima atenuem a afirmação errada de Lavoisier, ficou evidente que o erro cometido se deu devido um posicionamento filosófico naturalista, pois, o mais certo seria afirmar apenas que não se tinha provas da existência de pedras que caíam do céu e não apresentar uma convicção da inexistência de tal fenômeno.
James R. Moore, em Christianity for the Tough Minded (editado por John Warwick Montgomery), observou que hoje em dia os cientistas admitem que ninguém sabe o bastante sobre as leis naturais, ao ponto de dizer que qualquer evento é, necessariamente, uma violação delas. Eles concordam que a faixa não-estatística de tempo e de espaço, na vida de uma pessoa, dificilmente serve de base suficientemente para que se façam generalizações imutáveis acerca da natureza do universo inteiro. Atualmente, aquilo que chamamos comumente de leis naturais, na realidade não passa de nossas descrições indutivas e estatísticas de fenômenos naturais.
Apesar das experiências dadas pela História da Ciência, muitos evolucionistas, adotando um posicionamento puramente naturalista, afirmam que a metodologia científica não precisa avaliar todas as alternativas para se provar a veracidade de uma teoria, mas apenas as hipóteses razoáveis. Mas, pergunta-se: Quais são os parâmetros para se definir o que é uma hipótese razoável e o que é uma hipótese absurda? Cogitar a possibilidade da vida ser um projeto de engenharia genética efetuado por planejador inteligente é absurdo?
TEORIA DA EVOLUÇÃO: A FÉ DOS ATEUS
O movimento naturalista que influi significativamente a ciência, descarta a hipótese da vida ter sido obra de um planejador inteligente, por ser considerada uma hipótese absurda ou até perigosa para a ciência, por se dar margem a possibilidade de impregnar a ciência com mitologias e misticismos, tendo, desta forma, de ter que se admitir a possibilidade de existência de unicórnios, dragões e coisas afins. Deve-se realmente ter que tomar este cuidado?
O ilustre bioquímico Richard Dickerson, membro da Academia Nacional de Ciências (EUA), especializado em estudos de cristalografia de raio x de proteínas e do ADN apresentou, na revista Journal of Molecular Evolution, nº 34, pág. 277, 1992, sua opinião a respeito de como deve ser o tratamento das hipóteses sobrenaturais na ciência:
http://www.veritatis.com.br/article/3887
Por Alessandro Lima
Observem um pequeno texto do Stephen Jay Gould (Evolution as Fact and Theory"; Discover, May 1981):
No vernáculo americano, "teoria" freqüentemente significa "fato imperfeito"- parte de uma hierarquia de confiança indo do fato à teoria, à hipótese ao chute. Eis o poder do argumento criacionista: evolução é 'somente' uma teoria e muito se debate sobre vários aspectos dela. Se a evolução é menos que um fato, e os cientistas não conseguem nem se decidir sobre a teoria, então que confiança podemos ter nela? De fato, o [então] presidente Ronald Reagan deu eco a esse argumento diante de um grupo evangélico em Dallas ao dizer (no que eu sinceramente espero ser somente retórica de campanha): "Bem, é uma teoria. É somente uma teoria científica, e recentemente tem sido desafiada no mundo da ciência ou seja, na comunidade científica não se crê que ela seja tão infalível como era". (Stephen Jay Gould (Evolution as Fact and Theory"; Discover, May 1981)
Bem, evolução é uma teoria. E também um fato. E fatos e teorias são coisas diferentes, não níveis em uma hierarquia de confiança. Fatos são os dados do mundo. Teorias são estruturas de idéias que explicam e interpretam fatos. Fatos não desaparecem enquanto os cientistas debatem sobre teorias que competem par explicá-los. A teoria gravitacional de Einstein substituiu a de Newton em nosso século, mas as maçãs não ficaram suspensas no ar, esperando o resultado. E humanos evoluíram de ancestrais semelhantes aos macacos, quer isso tenha acontecido pelo mecanismo proposto por Darwin ou por outro ainda a ser descoberto. "Além disso, 'fato' não significa 'certeza absoluta'; não existe um animal assim neste mundo excitante e complexo. As provas finais da lógica e matemática fluem dedutivamente a partir e hipóteses e produzem certezas somente porque elas NÃO pertencem ao mundo empírico.
Evolucionistas não fazem nenhuma alegação de verdade perpétua, embora freqüentemente os criacionistas o façam. Em ciência "fato" só pode significar "confirmado a um grau tal que não seria razoável retirar concordância". Eu suponho que é possível que amanhã as maçãs comecem a cair para cima, mas essa possibilidade não merece o mesmo tempo de análise nas aulas de física.
"Evolucionistas têm sido muito claros sobre essa distinção entre fato e teoria desde os primórdios da teoria porque reconhecemos quão distantes estamos de entender completamente os mecanismos (teoria) pelos quais a evolução (fato) aconteceu. Darwin enfatizava continuamente a diferença entre essas duas enormes conquistas: estabelecer o fato da evolução, e propor uma teoria - a seleção natural - para explicar o mecanismo da evolução."
O que é a Evolução?
Observe que o texto acima não afirma que fato e teoria são sinônimos, porém afirma que evolução é um fato, e que resta para a ciência apenas entender quais os mecanismos (teoria) que atuam para que a evolução ocorra, isto pareceria perfeitamente racional se não levássemos em conta alguns outros fatos, vejamos:
Afirmar que evolução é um fato deve se sustentar em evidências, são citadas, por evolucionistas, várias evidências da existência de evolução, porém são apenas evidências devido a adoção de certas interpretações de alguns fatos que podem ter outras interpretações, determinadas interpretações é que são usadas como evidências, e não os fatos em si. Isto é relevante, pois a história da ciência moderna, já na era da metodologia científica, demonstra que algumas consistentes teorias estavam totalmente erradas, como por exemplo a teoria do flogístico, que apesar de totalmente errada persistiu como "fato" por muito tempo, graças às teorias "ad-hoc", que eram usadas para fazer a manutenção desta teoria (como é feito atualmente com a teoria da evolução) e também a teoria da abiogênese (formação de organismo vivo a partir de matéria não viva, geração espontânea). Apresentarei diversos fatos que foram, ou são, interpretados de forma errada, forçosa ou influenciada por pressuposições filosóficas.
Se existem mecanismos evolutivos, eles devem ser observados e registrados, pois seriam fenômenos naturais, e em seguida o observador deve verificar a regra geral (generalização) baseada em suas observações. Por sua vez, esta generalização deve permitir que ele faça predições. Testa-se a seguir a sua hipótese, conduzindo experiências para determinar se o resultado previsto irá ocorrer. Mediante contínuas confirmações de suas predições pelo observador ou por outras pessoas que também adotem metodologias científicas, a hipótese se tornará uma teoria, e a teoria, com o tempo e os testes, irá alcançar a condição de Lei Científica (R. L. Wysong, The Cration/Evolution Controversy "East Lansing, MI: inquiry Press, 1976", 40-41). Neste aspecto, apenas as chamadas microevoluções podem ser demonstradas dentro da metodologia científica, mas as microevoluções são apenas uma pequena parcela da evolução como é geralmente compreendida e difundida, sendo, portanto, impossível de se provar cientificamente a evolução, pois não há evidências ou provas científicas de que ela ocorre como afirma a teoria, e se ela realmente ocorreu em outras épocas, como é sugerido (macroevolução), pode-se apenas concluir que ela existiu através da interpretação de algum indício, e nisto há grande fragilidade para se provar a evolução, pois a teoria propõe a existência de mecanismos naturais que devem ter atuado, mas que não se prova em laboratório sua existência e nem mesmo através da observação do registro fóssil. Deduzir que um conjunto de micromutações podem equivaler a uma macromutação é destituído de provas, além de existirem observações que sugerem a impossibilidade desta equivalência (observações em populações de animais que sofrem seleção artificial, assunto que é comentado neste site, mais adiante).
Diante dos fatos acima citados, promover a teoria da evolução a algo parecido com "fato", sem que haja observação empírica, não passa de um truque semântico que procura compensar a completa falta de evidências indiscutíveis que passam pelo rigor da metodologia científica. Fatos se constituem de provas ou deduções que excluem por completo interpretações alternativas de maneira verdadeiramente científica ou racional, sem fazer exclusão a partir de pressuposições filosóficas (impossibilidade da vida ter surgido através de criação especial pelo fato de se crer que não existe um criador), que é o principal sustentáculo do prestígio da teoria evolucionista. Afirmar que evolução é um fato, sem se ter verdadeiras e criteriosas provas, não passa de um ato de fé semelhante aos que estão presentes em qualquer religião do mundo. Instituir uma regra para definir a proximidade que "teoria" tem com "fato" para não se exigir provas que validem uma teoria, é o mesmo que acabar com a fome através de um decreto que diz "proibido passar fome", mas sem que se dê alimento aos famintos, o que é realmente necessário.
Outro argumento usado para fortalecer a credibilidade da teoria da evolução é o fato de que a ciência é limitada, não sendo possível, portanto, avaliar outra teoria alternativa, a teoria da criação especial, pois esta teoria não permite a elaboração de hipóteses específicas, passíveis de teste experimental, além de que a teoria da criação especial recorre ao sobrenatural, ou seja, a existência de uma entidade inteligente e criadora, geralmente considerada uma divindade, contrariando assim um princípio filosófico adotado pela ciência moderna, mas que já esta se provando limitador e questionável, como veremos a seguir.
Embora as explicações naturais tenham se provado as corretas explicações para quase todos fenômenos ao longo da História da Humanidade, não se deve adotar como regra para a avaliação de qualquer fato ou fenômeno, pois, embora tal postura possa parecer muito razoável, é um posicionamento filosófico (chamado de "naturalismo") que pode tirar a objetividade da ciência, levando ao cometimento de erros ao tentar se adotar uma metodologia científica ou de avaliação de fatos já ocorridos, pois, afirmar que algo é objetivamente verdade implica que está baseado em evidência empírica e não apenas pelo fato de se assumir um pressuposto ou preconceito em solo filosófico.
O problema do fundamentalismo naturalista
Uma exclusão metodológica de explicações sobrenaturais (como, por exemplo, a possibilidade da existência de um criador inteligente) constitui uma limitação na disciplina do pesquisador, não uma descrição da realidade objetiva. Se os Biólogos evolutivos querem mostrar que a existência da diversidade de seres vivos não envolve desígnio sobrenatural, eles não podem excluir a possibilidade somente a priori, têm que provar a viabilidade da alternativa naturalista, o que ainda é um verdadeiro desafio para os evolucionistas quando deparados principalmente com as remotas probabilidades de certos fatos ou fenômenos ocorrerem. Adotado como princípio filosófico pela ciência moderna, o naturalismo, pode levar a resultados corretos na maioria das vezes, mas, devido a limitação do conhecimento humano, pode-se levar a erros que não seriam cometidos ao se adotar um posicionamento racional isento de pressuposições, isto é utilizar-se de premissa falsa ou de veracidade duvidosa, mesmo quando se chega a conclusões verdadeiras (o que ocorre quando se usa inferências válidas), pois, descartar a possibilidade de existência do sobrenatural pode conduzir a erros devido ao fato de que muitas coisas podem ser tidas como sobrenaturais apenas enquanto não são completamente conhecidas.
Um exemplo de erro que ocorre a partir da suposição que já se conhece o universo natural é o caso da afirmação de Antoine Lavoisier, ao dizer:
"Nada além de bobagens... apenas camponeses podem acreditar que do céu caiam pedras, porque simplesmente não há pedras no céu."
Na ocasião, no ano de 1769, Antoine Lavoisier estava procurando desmistificar a crença na existência de meteoritos, que ainda não eram desconhecidos pela ciência de sua época, embora os camponeses "supersticiosos" já afirmavam que pedras caíam do céu.
Um naturalista, que era um fervoroso defensor do ateísmo em grupos de discussão na Internet, ao avaliar esta passagem histórica envolvendo Lavoisier, procurando justificar a afirmação errada do famoso personagem histórico, fez as seguintes observações:
"Ele tinha excelentes motivos para fazer a afirmação que fez, porque ela era consistente com todas as evidências disponíveis. No ponto em que ele estava, estava ocorrendo exatamente uma mudança de paradigma: achamos evidências de casos anômalos. Só a partir de então é que as evidências contradizem a teoria. Até então, a hipótese (de que não há pedras caindo do céu) era excelente."
Novamente, a questão de contexto... é impossível provar deterministicamente a impossibilidade de algo. Ele afirmou sobre a extrema improbabilidade do evento, no que continua certo.
Por mais que os argumentos acima atenuem a afirmação errada de Lavoisier, ficou evidente que o erro cometido se deu devido um posicionamento filosófico naturalista, pois, o mais certo seria afirmar apenas que não se tinha provas da existência de pedras que caíam do céu e não apresentar uma convicção da inexistência de tal fenômeno.
James R. Moore, em Christianity for the Tough Minded (editado por John Warwick Montgomery), observou que hoje em dia os cientistas admitem que ninguém sabe o bastante sobre as leis naturais, ao ponto de dizer que qualquer evento é, necessariamente, uma violação delas. Eles concordam que a faixa não-estatística de tempo e de espaço, na vida de uma pessoa, dificilmente serve de base suficientemente para que se façam generalizações imutáveis acerca da natureza do universo inteiro. Atualmente, aquilo que chamamos comumente de leis naturais, na realidade não passa de nossas descrições indutivas e estatísticas de fenômenos naturais.
Apesar das experiências dadas pela História da Ciência, muitos evolucionistas, adotando um posicionamento puramente naturalista, afirmam que a metodologia científica não precisa avaliar todas as alternativas para se provar a veracidade de uma teoria, mas apenas as hipóteses razoáveis. Mas, pergunta-se: Quais são os parâmetros para se definir o que é uma hipótese razoável e o que é uma hipótese absurda? Cogitar a possibilidade da vida ser um projeto de engenharia genética efetuado por planejador inteligente é absurdo?
TEORIA DA EVOLUÇÃO: A FÉ DOS ATEUS
O movimento naturalista que influi significativamente a ciência, descarta a hipótese da vida ter sido obra de um planejador inteligente, por ser considerada uma hipótese absurda ou até perigosa para a ciência, por se dar margem a possibilidade de impregnar a ciência com mitologias e misticismos, tendo, desta forma, de ter que se admitir a possibilidade de existência de unicórnios, dragões e coisas afins. Deve-se realmente ter que tomar este cuidado?
O ilustre bioquímico Richard Dickerson, membro da Academia Nacional de Ciências (EUA), especializado em estudos de cristalografia de raio x de proteínas e do ADN apresentou, na revista Journal of Molecular Evolution, nº 34, pág. 277, 1992, sua opinião a respeito de como deve ser o tratamento das hipóteses sobrenaturais na ciência:
Última edição por Elohim888 em Sáb Ago 15, 2009 11:11 am, editado 3 vez(es)