Chimpa", teus "mano"?
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Figura 1. A "Árvore de Vida" com os homens e os macacos em seu topo.
Com caricaturas e diagramas como o da Figura 1 - e aparentemente somente com tais artifícios - a evolução demonstra "passo a passo" o que seria um fato científico tão comprovado como a lei da gravidade: a evolução da Vida a partir de uma ameba primordial passando por um ancestral símio comum, que se subdividiu no homem e no seu primo chimpanzé, como a Figura 2 mostra em mais detalhes. Cauterizada então em nossas mentes - repetidas vezes - passamos a crer - cegamente - que esta sequência evolutiva representa mesmo uma verdade absoluta e inquestionável. Hereges os que pensam diferente. Uma "verdade verdadeira" que diz que o homem e os chimpanzes são "primos" evoluídos ambos de um ancestral símio comum, e que tal "fato" seria comprovado por inúmeras evidências cinetíficas inquestionáveis. Há assim uma crença amplamente dissiminada de que há cerca de 6 milhões de anos atrás, oHomo primitivo se separou de seus "primos" macacos e passou então - pela ação de duplicações gênicas, incompletas, e do tempo, e da seleção natural - a desenvolver comportamentos e ferramentas mais complexas. Uma "fusão de cromossomos" reduziu nosso número de 24 pares para 23 e fez aumentar o nosso cérebro, e o homem passou então a se desenvolver mais lentamente. E assim nós, sortudos, com nossos cérebros "turbinados" pela evolução, pudemos estabelecer com mais tempo, mais conexões entre nossos neurônios. E nessa evolução conseguimos - graças aos nossos cérebros turbinados com neurônios a mais - desenvolver a linguagem e o pensamento consciente. Assim, somos muito mais evoluídos, mas 99% geneticamente semelhantes aos nossos "primosevolutivos". Mas será?
Figura 2. Ramo da "árvore lendária da Vida" que "ilustra" melhor a evolução macaco-homem a partir do "hominídeo primordial", o tal de Dryopithecus. Será?
Será mesmo que esta história toda é baseada em fatos, ou seriam boatos? Então vamos a eles, aos fatos, e dez deles, e vejamos o que deles se pode concluir:
1. Registro fóssil. Estaria a evolução macaco-homem lá documentada no registro fóssil - o "museu da Vida"? Como já discutimos neste livro, no Capítulo 48, já se foram mais de 150 anos de investigações paleontológicas sérias e intensas. E esse vasculhar mostra hoje um registro fóssil abundante e muito bem consolidado, e com muitos exemplares de fósseis de macacos - de chimpanzés, gorilas e orangotangos - e de humanos. Mas como são estes fósseis de macacos e homens? A resposta é clara e inequívoca: os fósseis são muito, mas muito semelhantes aos macacos e homens que conhecemos hoje, e variam como o mesmo variar de hoje. São inúmeros fósseis de homens e macacos do "jeitinho" que macacos e homens são hoje: bem diversificados, mas lá no registro fóssil homem é homem, e macaco é macaco. Ou seja, King Kong é King Kong, Tarzan é Tarzan, Jane é Jane e Chita é Chita (Figura 3).
Figura 3. Tarzan, Jane e a Chita: No registro fóssil e em Hollywood, idênticos.
Mas cadê então os "elos perdidos" de transição? Onde estariam os vários elos dos ícones da evolução como os da Figura 2 - a conectar os macacos e os humanos atuais com o nosso ancestral símio comum - o Dryopithecus? Ou seria este um "tabajaropithecus"? Foram um sem número de pretensos "elos perdidos" como a Lucy, como o Homem de Java, e o de Piltdown. E mais ainda, o Homo Erectus, e o homem de Neanderthal, e o mais recente que logo se juntará a estes, o Homo Nadeli. Mas todos eles, sem nenhuma exceção, se mostraram com o tempo e uma investigação mais detalhada, como uma grande farsa ou um grande engano. Ou são fósseis de um homem mesmo, ou um macaco mesmo. Ou seja, onde habitam estes elos perdidos macaco-homem? Onde eles são encontrados? A resposta desse "onde" é novamente vexatória para a "evolução": você vai encontrar tais "elos perdidos" só na web, no Google, nos blogs e na imaginação fértil dos biólogos evolucionistas materializada - sem nenhum pudor - nos livros texto de biologia via caricaturas da evolução como a das Figuras 1 e 2.
Darwin disse um dia: "A quantidade de espécies intermediárias deveria ser enorme, e o registro fóssil deveria estar repleto delas, e esta talvez seja a objeção mais grave e mais óbvia de minha teoria”.1 Darwin estava certo pois a falta de espécies intermediárias foi - e continua sendo, e tudo indica sempre será - a mais grave objeção a teoria darwinista. Depois de 150 anos, a ausência vexatória das formas transicionais no registro fóssil parece aniquilar a teoria de Darwin por completo. A total, ampla e irrestrita ausência das espécies intermediárias, não só de macaco-homem, mas de rato-morcego, de "dino-pássaro", de peixe-mamífero, e tantos outros, ou melhor, literalmente de todos, lá no registro fóssil - o "museu da Vida" - escancarada para quem tiver olhos e desejar ver, parece não deixar dúvida da falência de uma teoria que um dia revolucionou o mundo.
2. Haldane e a Matemática Bioquímica. Haldane foi um famoso geneticista britânico, ateu e evolucionista. Note aqui que por ser geneticista, colegas acadêmicos autores de manifestos não poderão com Haldane apelar para o argumento "profissionais de outras áreas do conhecimento". E por ter sido ateu e evolucionista, não poderão classificá-lo como "pseudocientista", mas acho tentarão. Haldane se tornou famoso por elaborar um dilema mortal para a evolução, pois calculou que levariam 300 mil gerações para uma mutação favorável se fixar em uma população.1 Várias críticas tem sido feitas aos seus cálculos, mas o "dilema de Haldane" tem se mantido firme e forte.2,3 Em 6 milhões de anos então, segundo os cáculos de Haldane, desde que supostamente o homem se separou de seus "primos" macacos, cerca de somente 1.000 ou cerca de 2.0003 destas mutações teriam se fixado. Mas - sabemos hoje - somos cerca de 33% geneticamente diferentes dos macacos.4 Ou seja, com um genoma de 3.2 bilhões de "bits", temos quase 1 bilhão de bits diferentes. Mesmo usando aquelas estimativas "conservadoras" de 3%, pelo menos 100 milhões.5 Ou seja, o "trio maravilha" da evolução simplesmente não teve tempo, mesmo em 6 milhões de anos - porque são "lentos" demais - de mudar quase nada em nós. Mas teríamos mudamos, e muito, de 100 a 1000 vezes mais do que poderíamos, segundo a evolução. Então, como mudamos? Bom, os cálculos de Haldame foram feitos para as mutações do "bem", mas sabemos hoje que as mutações deletérias - as "do mal" - vêm se acumulado em nós a uma taxa alarmante, no que foi chamado de entropia genética, e mais de 100 delas por geração.6 Ou seja, seu filho é 100 mutações pior do que você, em média - apesar de todo o esforço que a Vida faz, com mecanismo de raparo, para evitar tais mutações deletérias. Talvez, então, tenhamos encontrado a resposta: nossos pelo menos 125 milhões de bits de diferenças foram causados essencialmente por mutações "do mal". Ou seja, somos sim "primos" de chimpanzés, e descendentes do ancestral símio comum, mas nós e os chimpanzés na realidade somos seres mutantes, e bem "piorados" por mutações. "Involuímos" e fomos perdendo, por exemplo, os pêlos, que nos aqueciam no inverno, e a capacidade de saltar de galho em galho, essas habilidades acrobáticas que só símios possuem, e fomos acumulando gordura (Figura 4), e passamos a gastar energia a toa com a fala - as mulheres, principalmente - e coisas assim. Será?
Figura 3. O galho da árvore da Vida com o ancestral comum, e dele os gorilas, chimpanzés, orangotangos e o homem. Será?
Figura 4. A "involução" do ancestral símio comum até os homens atuais segundo Haldane.
3. O "Argumento Bill Gates". Somos - argumentam - extremamente parecidos com os macacos; não tão morfologicamente - pois a diferença é mesmo gritante - mas geneticamente semelhantes. Mas será? Geneticamente, somos de fato um absurdo diferente, cerca de 33% diferentes. Mas será que até mesmo os 1 ou 2% ou 3% ou 5% que calculam5 é pouca diferença? Ou mesmo 2% já seria um verdadeiro "Big Bang" evolutivo? E os "milagres" da fala e consciência, e aquele "branquinho" em nossos olhos? E vamos considerar só os genes? E as proteínas, não contam? Seriam estas diferenças pequenas? Para exemplificar a enormidade da diferença no genoma, vamos usar o que eu chamo de "argumento Bill Gates" e considerar como certos os "míseros" 2% que eles calcularam um dia. Imagine então que o "Bill" lhe manda um e-mail anunciando: "Amigo, você foi sorteado pela Microsoft e de tudo o que eu tenho, 2% agora é teu!" Como você reagiria? Reclamaria assim: "Mas Bill Gates, só 2%?" Ou você pularia de alegria com os muitos milhões que esses 2% representariam? Pois é, mesmo os cerca de 2% que subestimaram, aplicados aos 3,2 bilhões de pares de bases (bits), dariam cerca de 80 milhões de bits (80.000.000) de diferenças. Um tremendo "Big Bang" evolutivo! Um 2% "a la Bill Gates" (Figura 5) que faz Haldane se contorcer todo em seu túmulo.
Figura 5. O efeito "Bill Gates" na diferença entre humanos e macacos, geneticamente. Só 2% de 3,2 bilhões?
4. O "Argumento Água Viva/Melância/Nuvens". Mesmo que a diferença entre humanos e macacos fosse mesmo desses "míseros" 2%, essa semelhança provaria o quê? Veja o argumento ilustrado na Figura 6. Águas-vivas, melancias e nuvens são constituídas de 97% de água. Isto é um fato. Mas o que este "parecimento" demonstra? Demonstra quase nada, só algo muito trivial: que coisas para lá de diferentes podem ser formadas a partir do mesmo material. Mas que, por meio de designs inteligentes e distintos, coisas totalmente diferentes podem ser feitas só com os 3% restantes. Este argumento é desconcertante para a análise filogenética, e ilustra a falácia da comparação de genomas - a tal "cereja da evolução", que está mais para "abacaxi". Coisa que só se sustenta frente a um pressuposto: a "crença" de que evoluímos, e que a evolução é um fato - líquido e certo. E que temos -porque temos - de encontrar então um culpado, custe o que custar. E o pobre do macaco - que calhou em ser o menos "desparecido" conosco - foi "escolhido" muito a contragosto, eu imagino. Mas pressupostos formam péssimas bases científicas.
Figura 6. Melancias, nuvens e águas vivas. Grande semelhança em composição - 97% de água, mas mera coincidência, e coisas extremamente diferentes feitas com os 3% restantes.
5. O "mito dos 98% de semelhança genética". Comparar genomas não é tarefa fácil e ninguém hoje tem uma idéia precisa de como isto pode ser feito com precisão. E a dificuldade maior vem de nosso pouco conhecimento de como a informação lá armazenada é utilizada. Apesar do genoma dos chimpanzes e humanos estarem sequenciados, ninguém consegue concordar em qual seria a melhor forma de compará-los. E nem qual o melhor programa para fazer isso. Um dos métodos mais populares é baseado em um algoritmo chamado BLAST, que corta o DNA (ou proteínas) em pequenos segmentos e, em seguida, tenta comparar estes segmentos de ambos. Esta parece ser a forma mais "generosa" para comparar dois genomas, e a que leva a "maior semelhança possível", uma vez que não requer que um genoma seja estruturado de forma semelhante ao outro. O que importa no BLAST é se um pouco de informação em um genoma pode ser encontrado em qualquer lugar do outro genoma. Eu desconfio desse método, e acho que o DNA é tão misterioso que vai demorar muito para descobrirmos uma forma precisa de comparação, mas mesmo com o "generoso" BLAST, a literatura científica mostra hoje que a diferença genética é, na realidade, muito maior que os supostos 1-2% (Nature, 2005, 437, 69). As comparações dos evolucionistas entre genomas humanos e chimpanzés tem exagerado em muito as semelhanças, por não consideram cromossomos inteiros, mas apenas partes deles, como genes específicos, e por "aliviarem" nas regras de correspondência. E o pior, comparações tem se valido de níveis de pré-seleção e filtros antes do alinhamento, e regiões não alinhadas são geralmente omitidas e gaps (lacunas) nos alinhamentos são frequentemente descartados ou artificialmente inseridos. Mas quando estas "omissões" são corretamente consideradas, e tudo avaliado imparcialmente, a similaridade tem caído drasticamente e chegado até a míseros 66%4 ou menos ainda: 62%,15 nos fazendo 33% ou até 38% diferentes dos chimpas.
No varejo, para você entender bem, veja uma das comparações que foram feitas: o genoma dos humanos e dos chimpanzés têm apenas 2,4 bilhões (76%) dos quase 3,2 bilhões de pares de bases que se alinham corretamente. Mas para obter um bom alinhamento, 3% de gaps (lacunas) artificiais tiveram que ser introduzidos, restando ainda 1,23% de diferenças representadas por trocas de um par de bases. Mais ainda, existem "variações do número de cópias", o que causa uma diferença adicional de 2,7%. Somando tudo, temos uma mísera semelhança de apenas uns 70 % ou menos, ou cerca de 1/3, ou 33% diferentes (Figura 7). O pior é que o genoma humano foi utilizado como "gabarito" para o sequenciamento do genoma do chimpanzé, assumindo-se assim a priori uma semelhança, o que pode fazer essa “pseudossemelhança” ser de fato ainda menor. No atacado então, já nos calculaam como sendo 1/3 diferentes dos chimpanzés, o que se traduz emuma verdadeira "monstruosidade genética". Frente aos 33% do máximo, ou mesmo os "míseros" 3% ou 4 % se você preferir, ou qualquer valor intermediário entre 33 e 3%, o estudo mais recente que tenho notícia mostrou 12% de diferença,14 a evolução parece ficar "pelada com a mão no bolso" sem tempo e sem capacidade alguma de cumprir a "missão impossível" que a ela foi creditada: a de fazer dos "chimpa teus manos".
E lembre-se ainda de um fato que todos em Ciências computacionais sabem muito bem. Programadores usam costumeiramente uma série de rotinas em comum, e assim todos os seus programas tendem a ser - em termos de rotinas - muito parecidos. Esta semelhança chega a atingir cerca de 80 a 90% entre programas totalmente díspares. São então os 10% restantes que fazem toda a diferença. Não é a (pouca) semelhança do código genético, mas a forma que esta informação é expressa e manipulada que faz toda a diferença. Essa diferença estupida que vemos ao comparar os "manos" com os "chimpas". E o pior, estudos tem mostrado que somos mais parecidos com gorilas do que com chimpanzés,18contrariando a árvore da Vida representanda "artisticamente" na Figura 3.
Figura 7. Homens e chimpanzés: imensas diferenças anatômicas, comportamentais, e de fala e raciocínio, e um "Big Bang" genético que já foi calculado em até 33%.
6. O cromossomo Y: Uma "pá com uma tonelada de cal" na alegada ancestralidade símia comum foi lançada recentemente quando compararam nossos cromossomos Y.5 Os cromossomos X e Y são os que determinam o sexo em mamíferos, incluindo então os humanos e os chimpanzés. O cromossomo "masculino" Y foi por muito tempo relegado a uma mera relíquia genética evolutiva, para delírio das feministas, devido ao seu pequeno tamanho frente ao X e suas sequências repetitivas. O "Y" era então tido como contendo poucos genes e perdendo os que tinha, e estaria em rota de extinção evolutiva. Mas de novo, para desespero dos evolucionistas - por mais uma previsão equivocada da evolução - descobriu-se que o "Y" é na realidade um "super Y", um cromossomo pequeno, mas muito poderoso. Pois funciona como um majestoso "interruptor genético" controlando a expressão de vários genes em outros cromossomos. Seu efeito é tão pronunciado que é o Y que causa as principais diferenças entre homens e mulheres. O sequenciamento desse "super Y"5 mostrou então o que, e por intermédio de um cromossomo tão fundamental e majestoso? Mostrou uma diferença brutal e humilhante (Figura 8) para a evolução macaco-homem. As diferenças foram gigantescas, não só em tamanho, nos pares de base (repertório genético), mas principalmente em arquitetura genética. Tão diferente que levou David Page - o coordenador do projeto genoma chimpanzé - a considerar que humanos e chimpanzés teriam "reinventado" seus cromossomos Y. Fora o Y, enormes diferenças são encontradas também em outros pelo menos 3 cromossomos: 4, 9 e 12, sem falar no 21, e no código todo.
Figura 8. Comparação do cromossomo Y dos "chimpa" e dos "manos". Um "mísero" 100% de diferença.
Os autores do artigo Nature - chocados acredito, mas não se dando por vencidos - não tiveram outra saída a não ser apelar - e feio - para uma evolução extremamente rápida nos cromossomos Y de chimpanzés e humanos. Nessa apelação se esqueceram, porém, de informar seus leitores da completa falta de tempo - só 6 milhões de anos - para que tal "mega Big Bang" genético pudesse ter ocorrido. E o pior foi esquecerem também de comentar que o Y em humanos se encontra extremamente preservado - igual para todo macho - o que contradiz completamente a ideia de que o Y estaria mutando e evoluindo rapidamente. A diferença foi tão brutal e se estabeleceu tão rápido que os autores - pasmem - a compararam com as diferenças genéticas dos nossos Y com o Y das galinhas, que nem mamíferos são. Segundo a evolução, nos separamos das galinhas a 360 milhões de anos atrás. Em termos do Y, somos então tão parecidos com os chimpanzés como o somos das galinhas.
E se não acharmos que códigos genéticos, para desespero dos geneticistas, são a melhor fonte de comparação, como fez recentemente um geneticista, Eugene McCarthy, da Universidade da Geórgia, USA, mas compararmos as semelhanças anatômicas, a la Darwin e os bicos de seus tentilhões, a melhor inferência seria a de sermos fruto do acasalamento de porcos com chimpanzés. Pois temos muitas características morfológicas semelhantes aos chimpanzés e também aos porcos, portanto parece somos frutos do acasalamento de ambos. Simples, não (Figura 9) ?
Figura 8. As opções de ancestrais que a evolução lhe oferece de seu ancestral: um ancestral símio ou suíno. Qual deles você vai escolher, ou escolheria o "parzinho romântico" deles?
Mas só o Y? Muitos de nossos cromossomos são semelhantes, de fato, semelhança essa que não causa nenhum espanto pois somos todos primatas, com projetos semelhantes, mas outros cromossomos além do Y como os cromossomos 4, 9, e 12 parecem ter sido totalmente "remodelados",16 com marcadores e genes em ordens bem distintas em chimpazés e humanos, coisa difícil - senão impossível - de se explicar por mutações randômicas a partir de um ancestral símio comum ao logo só dos "míseros" 6 milhões de anos. Ou seja, mano, descansa em paz. Semelhança nenhuma tua com os "chimpa".
7. Fusão dos cromossomos 2A + 2B? Há ainda uma grande diferença genética entre os chimpanzés e os humanos, talvez a mais drástica de todas: humanos têm 23 pares de cromossomos enquanto os macacos tem 24. E 24 é 100% diferente de 23. A racionalização feita para justificar esta "diferença mortal" sugere uma suposta fusão evolutiva dos cromossomos 2A e 2B dos chimpanzés no cromossomo 2 dos humanos. Imaginou-se então que o cromossomo 2 humano apresentava um ponto de fusão, ou um tipo de "cicatriz genética" que indicava o ponto em que os cromossomos ancestrais 2A e 2B dos "chimpas" haviam se fundido via seus telômeros, e que tal cicatriz seria a prova de tal fusão. Mas estudos recentes6 mostraram que não há sinal algum de tal cicatriz no cromossomo 2 dos humanos, e mais ainda: tal estudo apresenta uma série de dados genéticos claros que mostram que tal fusão e tal cicatriz são mais duas falácias da evolução macaco-homem. Por exemplo, no suposto ponto de fusão, há um número muito pequeno de sequências do telômero esperado (TTAGGG) e poucas delas aparecem conectadas (em "tandem), o que aparenta derrubar a tese da fusão cromossômica via telômeros, coisa nunca vista na Vida. Mais ainda, os "centrômeros" foram localizados em regiões bem diferentes daquelas previstas.
E tem mais: imagine que esta fusão tenha mesmo ocorrido, depois que nos separamos dos chimpanzés. O que deveríamos ver então por ai? Dois tipos de humanos, um tipo com 24 e outro tipo com 23 pares de cromossomos, pois a fusão deveria ter ocorrido para um indivíduo único enquanto todos os outros continuaram com seus 24 pares. Mais ainda, é difícil imaginar uma vantagem muito grande de tal fusão que faria com que todos os humanos de 24 cromossomos tivessem sido extintos em detrimento ao "super homem de 23 pares" e seus descendentes. Ou seja, somos mesmo, tudo indica, 100% diferentes dos chimpanzés em termos de número de cromossomos pois 24 é 100% diferente de 23.
Figura 9. A suposta fusão dos cromossomos 2A + 2B dos "chimpas" para formar o cromossomo 2 dos humanos.
8. Diferenças Proteicas de 80%. As diferenças genéticas entre homens e macacos, como já vimos, é gigantesca e tem variado entre 2% a 33%. Mas a imensa maioria do código genético - cerca de 97-98% em humanos - corresponde à metainformação ("ex-DNA lixo"), a qual coordena mas não expressa as proteínas. Em um artigo publicado em 2005,7 foi sugerido, e eu como químico concordo - que a melhor forma de comparar homens com macacos não seria usando os genomas completos dos dois, mas o produto final destes genomas expresso na forma de proteínas - os blocos fundamentais de construção dos seres vivos. Foram então compiladas 127 proteínas mais comuns em humanos e macacos ("orthologous") com um total de 44 mil sequências de aminoácidos. E o que encontraram? Simplesmente, descobriu-se que homens e chimpanzés são 80% diferentes em proteínas- como o título do artigo7 não deixa dúvidas (Figura 11).
E proteínas são coisas tão complexas e finamente ajustadas que não dá para falar que uma proteína é praticamente igual a outra por terem "quase" a mesma sequência de AAs - usando o BLAST como método de comparação, por exemplo - pois como vemos em várias patologias, até uma troca simples de um único AA pode fazer a proteína perder por completo sua função ou até mesmo ter outra bastante diferente. Esse efeito pode ser visto na troca de ácido glutâmico por valina na hemoglobina causando a anemia falciforme. Outro exemplo é o da proteína FOXP2, que tem apenas 2 dos cerca de seus 700 AAs diferentes entre os chimpanzés e os humanos,17 ou seja, são 99,7 % semelhantes. Mas a proteína FOXP2 dos humanos têm uma asparagina em vez de treonina na posição 303 e uma serina no lugar de uma asparagina na posição 325, e estas alterações "sutis" fazem uma "tremenda" diferença na suas funções e nas regulação de suas atividades via fosforilação. Assim, um grau muito elevado de semelhança de sequências pode ser irrelevante se o AA que é diferente desempenha um papel crucial, e um único ou pouquíssimos AAs podem tornar uma proteína 100% diferente da outra.
Figura 11. Homens e chimpanzés: imensas diferenças anatômicas, comportamentais, e de fala e raciocínio, e em proteínas um mega "Big Bang" de 80 %.
9. Telômeros: No final de cada cromossomo, há estruturas bastante complexas conhecidas como telômeros (Figura 12) formadas por RNA, DNA e várias proteínas, e que contém no DNA sequências repetidas de bases, TTAGGG em humanos. A função atribuída aos telômeros é de preservar os cromossomos, protegendo-os de degradação, de recombinação e de fusão. Sim, de fusão! Seu tamanho diminui ao longo das duplicações celulares até um tamanho mínimo que interrompe a proliferação celular, o que indicaria que telômeros poderiam funcionar também como um relógio celular controlando o "tempo de Vida". As sequências repetidas dos telômeros não aparecem, porém, apenas no final dos cromossomos, mas são vistas, e com muita frequência, em regiões internas do DNA em vários cromossomos, como no cromossomo 2 e no Y de humanos. O cromossomo Y tem cerca de 0,25% de sua sequência em repetições TTAGGG, o que demonstra que tais repetições têm também função "interna", sendo mais um nível de informação no DNA. Essas sequências internas desmistificam ainda a suposta evidência de fusão cromossômica 2A + 2B = 2 via telômeros já discutida. Os telômeros dos chimpanzés e outros primatas têm cerca de 23 mil bases repetidas. Os humanos são únicos entre os primatas, e possuem telômeros bem menores, com cerca de 10 mil repetições, o que nos faz em termos de telômeros - só considerando tamanho, fora outras diferenças, cerca de 67% diferentes.
Figura 12. A maravilhosa engenharia genética dos telômeros, proteções terminais de nossos cromossomos formados por fitas dupla hélice de DNA com repetições TTAGG, além de várias proteínas.
10. "O pseudogene beta globina". Evolucionistas há muito tempo usavam este gene como mais um dos pilares da argumentação pró-evolução "macaco-homem", e o chamavam de um "pseudogene", pois "criam" que ele estava rompido. Argumentava-se então que chimpanzés e humanos - por terem este mesmo "pseudogene", compartilhavam uma relíquia genética de um ancestral comum. Mas um estudo recente mostrou ser este mais um equívoco da evolução. Nada de remanescente mutante inútil, pois descobriu-se que o "pseudogene" HBBP1 β-globin" exerce funções genéticas múltiplas em uma ampla diversidade de tecidos e tipos de células como uma característica reguladora habilmente projetada, sendo ainda altamente intolerante às mutações.8
E olha que deixamos de lado outras diferenças enormes. Parafraseando Ariano Suassuna, nem citamos Bethoven e sua 5a. sinfonia para "não humilhar os chimpas". E nem falamos também da capacidade de fala e raciocínio dos humanos, outro "big bang"evolutivo. E como já foi demonstrado em humanos que cresceram enclausurados, a fala mesmo em homens modernos só é desenvolvida por estímulo. Como então imaginar de onde tal capacidade junto com o estímulo surgiu de seres não-falantes? Biólogos tem se perguntado como humanos e chimpanzés, seres tão geneticamente "semelhantes" - o mito dos 2-3% - poderiam ser tão diferentes, morfológica e intelectualmente? Corrigida frente às evidências mais recentes, essa pergunta seria reformulada assim: "Como seres tão diferentes podem ser tão diferentes?" A resposta então se torna óbvia, e a pergunta tola. Como nunca antes, portanto, a teoria neodarwinista que assume o parentesco evolutivo entre chimpanzés e humanos se mostra hoje como um delírio ideológico apoiado na pretensa ação de processos naturais -seleção natural, duplicação de genes e mutações ocorrendo ao longo de milhões de anos - e comparações superficiais morfológicas, além de argumentação retórica sobre o "por que" se esquecendo do "como". E por culpa de nossa quase ignorância sobre o genoma dos chimpanzés e humanos, de seus cromossomos Y, e seus telômeros, e tudo mais, a evolução "macaco-homem" fez sentido por um certo tempo. Mas agora que os paleontólogos construíram um enorme e bem detalhado "museu da Vida", e os geneticistas desvendaram os códigos genéticos dos dois, e calcularam suas taxas de incorporação de mutações benéficas e deletérias, e descobriram também a ação quase nula da seleção natural sobre nossos genomas, e tudo mais, o delírio se desfez, como uma miragem no deserto. Como o despertar de um longo sonho, ufanista.
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Referências e notas
1. J. B. S. Haldane "The Cost of Natural Selection", J. Genet. 1957, 55, 511.
2. "Cost theory and the cost of substitution— a clarification" TJ 2005, 199, 113.
3. "The Biotic Message", St. Paul Science, 1995, de Walter J. ReMine.
4. "Comprehensive Analysis of Chimpanzee and Human Chromosomes Reveals Average DNA Similarity of 70%" Tomkins, J. P. Answers Research Journal. 2013, 6, 63.
5. "Chimpanzee and human Y chromosomes are remarkably divergent in structure and gene content" Jennifer F. Hughes, Helen Skaletsky, Tatyana Pyntikova, Tina A. Graves, Saskia K. M. van Daalen, Patrick J. Minx, Robert S. Fulton, Sean D. McGrath, Devin P. Locke, Cynthia Friedman, Barbara J. Trask, Elaine R. Mardis, Wesley C. Warren, Sjoerd Repping, Steve Rozen, Richard K. Wilson, David C. Page Nature, 2010, 463, 536.
6. Genomic Structure and Evolution of the Ancestral Chromosome Fusion Site in 2q13–2q14.1 and Paralogous Regions on Other Human Chromosomes Yuxin Fan, Elena Linardopoulou, Cynthia Friedman, Eleanor Williams, Barbara J. Trask Genome Research 2002, 12, 1651.
7. "Eighty percent of proteins are different between humans and chimpanzees" Galina Glazko, Vamsi Veeramachaneni, Masatoshi Nei, Wojciech MakayowskiGene , 346, 215–219, 2004.
8. "Evolutionary Constraints in the β-Globin Cluster: The Signature of Purifying Selection at the δ-Globin (HBD) Locus and Its Role in Developmental Gene Regulation" Ana Moleirinho, Susana Seixas, Alexandra M. Lopes, Celeste Bento, Maria J. Prata, António Amorim, Genome Biology and Evolution, 2013, 5, 559.
9. Ann Gauger et al. Science and Human Origins, Discovery Institute Press, June 18, 2012.
10. J. C. Sanford "Genetic Entropy & The Mistery of the Genome", Elim Publishing, New York, 2005.
11. Temos 1/3 de genes específicos em humanos quando comparados com os chimpanzés segundo esse artigo: "Mapping Human Genetic Ancestry" Ingo Ebersberger, Petra Galgoczy, Stefan Taudien, Simone Taenzer, Matthias Platzer, Arndt von Haeseler, Mol. Biol. Evol. 24, 2266, 2007.
12. "Relative Differences: The Myth of 1%" John Cohen Science 316, 1836, 2007.
14. "Documented Anomaly in Recent Versions of the BLASTN Algorithm and a Complete Reanalysis of Chimpanzee and Human Genome-Wide DNA Similarity Using Nucmer and LASTZ" Jeffrey P. Tomkins Answers Research Journal 2015, 8, 379.
15. A simple statistical test for the alleged “99% genetic identity” between humans and chimps. Uncommon Descent September 17, 2010. http://www.uncommondescent.com/intelligent-design/a-simple-statistical-test-for-the-alleged-99-genetic-identity-between-humans-and-chimps/
16. “Which of Our Genes Make Us Human?” Ann Gibbons, Science 281, 1432, 1998.
17. “Molecular Evolution of FOXP2, a Gene Involved in Speech and Language” Wolfgang Enard, Molly Przeworski, Simon E. Fisher, Cecilia S. L. Lai, Victor Wiebe, Takashi Kitano, Anthony P. Monaco, Svante Pääbo Nature 418, 869, 2002.
18. “Genetic Evidence for Complex Speciation of Humans and Chimpanzees" N. Patterson et al., ” Nature 441, 315, 2006.
19. George C. Williams - outro geneticista evolucionista famoso, "afrontando" toda uma comunidade, escreveu em seu livro "Natural Selection: Domains, Levels, and Challenges", 1992, 143-144: "The Haldane's Dilemma was never solved, by Wallace or anyone else". ou em portugues: "O dilema de Haldane nunca foi solucionado, por Wallace ou quem quer que seja".
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Figura 1. A "Árvore de Vida" com os homens e os macacos em seu topo.
Com caricaturas e diagramas como o da Figura 1 - e aparentemente somente com tais artifícios - a evolução demonstra "passo a passo" o que seria um fato científico tão comprovado como a lei da gravidade: a evolução da Vida a partir de uma ameba primordial passando por um ancestral símio comum, que se subdividiu no homem e no seu primo chimpanzé, como a Figura 2 mostra em mais detalhes. Cauterizada então em nossas mentes - repetidas vezes - passamos a crer - cegamente - que esta sequência evolutiva representa mesmo uma verdade absoluta e inquestionável. Hereges os que pensam diferente. Uma "verdade verdadeira" que diz que o homem e os chimpanzes são "primos" evoluídos ambos de um ancestral símio comum, e que tal "fato" seria comprovado por inúmeras evidências cinetíficas inquestionáveis. Há assim uma crença amplamente dissiminada de que há cerca de 6 milhões de anos atrás, oHomo primitivo se separou de seus "primos" macacos e passou então - pela ação de duplicações gênicas, incompletas, e do tempo, e da seleção natural - a desenvolver comportamentos e ferramentas mais complexas. Uma "fusão de cromossomos" reduziu nosso número de 24 pares para 23 e fez aumentar o nosso cérebro, e o homem passou então a se desenvolver mais lentamente. E assim nós, sortudos, com nossos cérebros "turbinados" pela evolução, pudemos estabelecer com mais tempo, mais conexões entre nossos neurônios. E nessa evolução conseguimos - graças aos nossos cérebros turbinados com neurônios a mais - desenvolver a linguagem e o pensamento consciente. Assim, somos muito mais evoluídos, mas 99% geneticamente semelhantes aos nossos "primosevolutivos". Mas será?
Figura 2. Ramo da "árvore lendária da Vida" que "ilustra" melhor a evolução macaco-homem a partir do "hominídeo primordial", o tal de Dryopithecus. Será?
Será mesmo que esta história toda é baseada em fatos, ou seriam boatos? Então vamos a eles, aos fatos, e dez deles, e vejamos o que deles se pode concluir:
1. Registro fóssil. Estaria a evolução macaco-homem lá documentada no registro fóssil - o "museu da Vida"? Como já discutimos neste livro, no Capítulo 48, já se foram mais de 150 anos de investigações paleontológicas sérias e intensas. E esse vasculhar mostra hoje um registro fóssil abundante e muito bem consolidado, e com muitos exemplares de fósseis de macacos - de chimpanzés, gorilas e orangotangos - e de humanos. Mas como são estes fósseis de macacos e homens? A resposta é clara e inequívoca: os fósseis são muito, mas muito semelhantes aos macacos e homens que conhecemos hoje, e variam como o mesmo variar de hoje. São inúmeros fósseis de homens e macacos do "jeitinho" que macacos e homens são hoje: bem diversificados, mas lá no registro fóssil homem é homem, e macaco é macaco. Ou seja, King Kong é King Kong, Tarzan é Tarzan, Jane é Jane e Chita é Chita (Figura 3).
Figura 3. Tarzan, Jane e a Chita: No registro fóssil e em Hollywood, idênticos.
Mas cadê então os "elos perdidos" de transição? Onde estariam os vários elos dos ícones da evolução como os da Figura 2 - a conectar os macacos e os humanos atuais com o nosso ancestral símio comum - o Dryopithecus? Ou seria este um "tabajaropithecus"? Foram um sem número de pretensos "elos perdidos" como a Lucy, como o Homem de Java, e o de Piltdown. E mais ainda, o Homo Erectus, e o homem de Neanderthal, e o mais recente que logo se juntará a estes, o Homo Nadeli. Mas todos eles, sem nenhuma exceção, se mostraram com o tempo e uma investigação mais detalhada, como uma grande farsa ou um grande engano. Ou são fósseis de um homem mesmo, ou um macaco mesmo. Ou seja, onde habitam estes elos perdidos macaco-homem? Onde eles são encontrados? A resposta desse "onde" é novamente vexatória para a "evolução": você vai encontrar tais "elos perdidos" só na web, no Google, nos blogs e na imaginação fértil dos biólogos evolucionistas materializada - sem nenhum pudor - nos livros texto de biologia via caricaturas da evolução como a das Figuras 1 e 2.
Darwin disse um dia: "A quantidade de espécies intermediárias deveria ser enorme, e o registro fóssil deveria estar repleto delas, e esta talvez seja a objeção mais grave e mais óbvia de minha teoria”.1 Darwin estava certo pois a falta de espécies intermediárias foi - e continua sendo, e tudo indica sempre será - a mais grave objeção a teoria darwinista. Depois de 150 anos, a ausência vexatória das formas transicionais no registro fóssil parece aniquilar a teoria de Darwin por completo. A total, ampla e irrestrita ausência das espécies intermediárias, não só de macaco-homem, mas de rato-morcego, de "dino-pássaro", de peixe-mamífero, e tantos outros, ou melhor, literalmente de todos, lá no registro fóssil - o "museu da Vida" - escancarada para quem tiver olhos e desejar ver, parece não deixar dúvida da falência de uma teoria que um dia revolucionou o mundo.
2. Haldane e a Matemática Bioquímica. Haldane foi um famoso geneticista britânico, ateu e evolucionista. Note aqui que por ser geneticista, colegas acadêmicos autores de manifestos não poderão com Haldane apelar para o argumento "profissionais de outras áreas do conhecimento". E por ter sido ateu e evolucionista, não poderão classificá-lo como "pseudocientista", mas acho tentarão. Haldane se tornou famoso por elaborar um dilema mortal para a evolução, pois calculou que levariam 300 mil gerações para uma mutação favorável se fixar em uma população.1 Várias críticas tem sido feitas aos seus cálculos, mas o "dilema de Haldane" tem se mantido firme e forte.2,3 Em 6 milhões de anos então, segundo os cáculos de Haldane, desde que supostamente o homem se separou de seus "primos" macacos, cerca de somente 1.000 ou cerca de 2.0003 destas mutações teriam se fixado. Mas - sabemos hoje - somos cerca de 33% geneticamente diferentes dos macacos.4 Ou seja, com um genoma de 3.2 bilhões de "bits", temos quase 1 bilhão de bits diferentes. Mesmo usando aquelas estimativas "conservadoras" de 3%, pelo menos 100 milhões.5 Ou seja, o "trio maravilha" da evolução simplesmente não teve tempo, mesmo em 6 milhões de anos - porque são "lentos" demais - de mudar quase nada em nós. Mas teríamos mudamos, e muito, de 100 a 1000 vezes mais do que poderíamos, segundo a evolução. Então, como mudamos? Bom, os cálculos de Haldame foram feitos para as mutações do "bem", mas sabemos hoje que as mutações deletérias - as "do mal" - vêm se acumulado em nós a uma taxa alarmante, no que foi chamado de entropia genética, e mais de 100 delas por geração.6 Ou seja, seu filho é 100 mutações pior do que você, em média - apesar de todo o esforço que a Vida faz, com mecanismo de raparo, para evitar tais mutações deletérias. Talvez, então, tenhamos encontrado a resposta: nossos pelo menos 125 milhões de bits de diferenças foram causados essencialmente por mutações "do mal". Ou seja, somos sim "primos" de chimpanzés, e descendentes do ancestral símio comum, mas nós e os chimpanzés na realidade somos seres mutantes, e bem "piorados" por mutações. "Involuímos" e fomos perdendo, por exemplo, os pêlos, que nos aqueciam no inverno, e a capacidade de saltar de galho em galho, essas habilidades acrobáticas que só símios possuem, e fomos acumulando gordura (Figura 4), e passamos a gastar energia a toa com a fala - as mulheres, principalmente - e coisas assim. Será?
Figura 4. A "involução" do ancestral símio comum até os homens atuais segundo Haldane.
3. O "Argumento Bill Gates". Somos - argumentam - extremamente parecidos com os macacos; não tão morfologicamente - pois a diferença é mesmo gritante - mas geneticamente semelhantes. Mas será? Geneticamente, somos de fato um absurdo diferente, cerca de 33% diferentes. Mas será que até mesmo os 1 ou 2% ou 3% ou 5% que calculam5 é pouca diferença? Ou mesmo 2% já seria um verdadeiro "Big Bang" evolutivo? E os "milagres" da fala e consciência, e aquele "branquinho" em nossos olhos? E vamos considerar só os genes? E as proteínas, não contam? Seriam estas diferenças pequenas? Para exemplificar a enormidade da diferença no genoma, vamos usar o que eu chamo de "argumento Bill Gates" e considerar como certos os "míseros" 2% que eles calcularam um dia. Imagine então que o "Bill" lhe manda um e-mail anunciando: "Amigo, você foi sorteado pela Microsoft e de tudo o que eu tenho, 2% agora é teu!" Como você reagiria? Reclamaria assim: "Mas Bill Gates, só 2%?" Ou você pularia de alegria com os muitos milhões que esses 2% representariam? Pois é, mesmo os cerca de 2% que subestimaram, aplicados aos 3,2 bilhões de pares de bases (bits), dariam cerca de 80 milhões de bits (80.000.000) de diferenças. Um tremendo "Big Bang" evolutivo! Um 2% "a la Bill Gates" (Figura 5) que faz Haldane se contorcer todo em seu túmulo.
Figura 5. O efeito "Bill Gates" na diferença entre humanos e macacos, geneticamente. Só 2% de 3,2 bilhões?
4. O "Argumento Água Viva/Melância/Nuvens". Mesmo que a diferença entre humanos e macacos fosse mesmo desses "míseros" 2%, essa semelhança provaria o quê? Veja o argumento ilustrado na Figura 6. Águas-vivas, melancias e nuvens são constituídas de 97% de água. Isto é um fato. Mas o que este "parecimento" demonstra? Demonstra quase nada, só algo muito trivial: que coisas para lá de diferentes podem ser formadas a partir do mesmo material. Mas que, por meio de designs inteligentes e distintos, coisas totalmente diferentes podem ser feitas só com os 3% restantes. Este argumento é desconcertante para a análise filogenética, e ilustra a falácia da comparação de genomas - a tal "cereja da evolução", que está mais para "abacaxi". Coisa que só se sustenta frente a um pressuposto: a "crença" de que evoluímos, e que a evolução é um fato - líquido e certo. E que temos -porque temos - de encontrar então um culpado, custe o que custar. E o pobre do macaco - que calhou em ser o menos "desparecido" conosco - foi "escolhido" muito a contragosto, eu imagino. Mas pressupostos formam péssimas bases científicas.
Figura 6. Melancias, nuvens e águas vivas. Grande semelhança em composição - 97% de água, mas mera coincidência, e coisas extremamente diferentes feitas com os 3% restantes.
5. O "mito dos 98% de semelhança genética". Comparar genomas não é tarefa fácil e ninguém hoje tem uma idéia precisa de como isto pode ser feito com precisão. E a dificuldade maior vem de nosso pouco conhecimento de como a informação lá armazenada é utilizada. Apesar do genoma dos chimpanzes e humanos estarem sequenciados, ninguém consegue concordar em qual seria a melhor forma de compará-los. E nem qual o melhor programa para fazer isso. Um dos métodos mais populares é baseado em um algoritmo chamado BLAST, que corta o DNA (ou proteínas) em pequenos segmentos e, em seguida, tenta comparar estes segmentos de ambos. Esta parece ser a forma mais "generosa" para comparar dois genomas, e a que leva a "maior semelhança possível", uma vez que não requer que um genoma seja estruturado de forma semelhante ao outro. O que importa no BLAST é se um pouco de informação em um genoma pode ser encontrado em qualquer lugar do outro genoma. Eu desconfio desse método, e acho que o DNA é tão misterioso que vai demorar muito para descobrirmos uma forma precisa de comparação, mas mesmo com o "generoso" BLAST, a literatura científica mostra hoje que a diferença genética é, na realidade, muito maior que os supostos 1-2% (Nature, 2005, 437, 69). As comparações dos evolucionistas entre genomas humanos e chimpanzés tem exagerado em muito as semelhanças, por não consideram cromossomos inteiros, mas apenas partes deles, como genes específicos, e por "aliviarem" nas regras de correspondência. E o pior, comparações tem se valido de níveis de pré-seleção e filtros antes do alinhamento, e regiões não alinhadas são geralmente omitidas e gaps (lacunas) nos alinhamentos são frequentemente descartados ou artificialmente inseridos. Mas quando estas "omissões" são corretamente consideradas, e tudo avaliado imparcialmente, a similaridade tem caído drasticamente e chegado até a míseros 66%4 ou menos ainda: 62%,15 nos fazendo 33% ou até 38% diferentes dos chimpas.
No varejo, para você entender bem, veja uma das comparações que foram feitas: o genoma dos humanos e dos chimpanzés têm apenas 2,4 bilhões (76%) dos quase 3,2 bilhões de pares de bases que se alinham corretamente. Mas para obter um bom alinhamento, 3% de gaps (lacunas) artificiais tiveram que ser introduzidos, restando ainda 1,23% de diferenças representadas por trocas de um par de bases. Mais ainda, existem "variações do número de cópias", o que causa uma diferença adicional de 2,7%. Somando tudo, temos uma mísera semelhança de apenas uns 70 % ou menos, ou cerca de 1/3, ou 33% diferentes (Figura 7). O pior é que o genoma humano foi utilizado como "gabarito" para o sequenciamento do genoma do chimpanzé, assumindo-se assim a priori uma semelhança, o que pode fazer essa “pseudossemelhança” ser de fato ainda menor. No atacado então, já nos calculaam como sendo 1/3 diferentes dos chimpanzés, o que se traduz emuma verdadeira "monstruosidade genética". Frente aos 33% do máximo, ou mesmo os "míseros" 3% ou 4 % se você preferir, ou qualquer valor intermediário entre 33 e 3%, o estudo mais recente que tenho notícia mostrou 12% de diferença,14 a evolução parece ficar "pelada com a mão no bolso" sem tempo e sem capacidade alguma de cumprir a "missão impossível" que a ela foi creditada: a de fazer dos "chimpa teus manos".
E lembre-se ainda de um fato que todos em Ciências computacionais sabem muito bem. Programadores usam costumeiramente uma série de rotinas em comum, e assim todos os seus programas tendem a ser - em termos de rotinas - muito parecidos. Esta semelhança chega a atingir cerca de 80 a 90% entre programas totalmente díspares. São então os 10% restantes que fazem toda a diferença. Não é a (pouca) semelhança do código genético, mas a forma que esta informação é expressa e manipulada que faz toda a diferença. Essa diferença estupida que vemos ao comparar os "manos" com os "chimpas". E o pior, estudos tem mostrado que somos mais parecidos com gorilas do que com chimpanzés,18contrariando a árvore da Vida representanda "artisticamente" na Figura 3.
Figura 7. Homens e chimpanzés: imensas diferenças anatômicas, comportamentais, e de fala e raciocínio, e um "Big Bang" genético que já foi calculado em até 33%.
6. O cromossomo Y: Uma "pá com uma tonelada de cal" na alegada ancestralidade símia comum foi lançada recentemente quando compararam nossos cromossomos Y.5 Os cromossomos X e Y são os que determinam o sexo em mamíferos, incluindo então os humanos e os chimpanzés. O cromossomo "masculino" Y foi por muito tempo relegado a uma mera relíquia genética evolutiva, para delírio das feministas, devido ao seu pequeno tamanho frente ao X e suas sequências repetitivas. O "Y" era então tido como contendo poucos genes e perdendo os que tinha, e estaria em rota de extinção evolutiva. Mas de novo, para desespero dos evolucionistas - por mais uma previsão equivocada da evolução - descobriu-se que o "Y" é na realidade um "super Y", um cromossomo pequeno, mas muito poderoso. Pois funciona como um majestoso "interruptor genético" controlando a expressão de vários genes em outros cromossomos. Seu efeito é tão pronunciado que é o Y que causa as principais diferenças entre homens e mulheres. O sequenciamento desse "super Y"5 mostrou então o que, e por intermédio de um cromossomo tão fundamental e majestoso? Mostrou uma diferença brutal e humilhante (Figura 8) para a evolução macaco-homem. As diferenças foram gigantescas, não só em tamanho, nos pares de base (repertório genético), mas principalmente em arquitetura genética. Tão diferente que levou David Page - o coordenador do projeto genoma chimpanzé - a considerar que humanos e chimpanzés teriam "reinventado" seus cromossomos Y. Fora o Y, enormes diferenças são encontradas também em outros pelo menos 3 cromossomos: 4, 9 e 12, sem falar no 21, e no código todo.
Figura 8. Comparação do cromossomo Y dos "chimpa" e dos "manos". Um "mísero" 100% de diferença.
Os autores do artigo Nature - chocados acredito, mas não se dando por vencidos - não tiveram outra saída a não ser apelar - e feio - para uma evolução extremamente rápida nos cromossomos Y de chimpanzés e humanos. Nessa apelação se esqueceram, porém, de informar seus leitores da completa falta de tempo - só 6 milhões de anos - para que tal "mega Big Bang" genético pudesse ter ocorrido. E o pior foi esquecerem também de comentar que o Y em humanos se encontra extremamente preservado - igual para todo macho - o que contradiz completamente a ideia de que o Y estaria mutando e evoluindo rapidamente. A diferença foi tão brutal e se estabeleceu tão rápido que os autores - pasmem - a compararam com as diferenças genéticas dos nossos Y com o Y das galinhas, que nem mamíferos são. Segundo a evolução, nos separamos das galinhas a 360 milhões de anos atrás. Em termos do Y, somos então tão parecidos com os chimpanzés como o somos das galinhas.
E se não acharmos que códigos genéticos, para desespero dos geneticistas, são a melhor fonte de comparação, como fez recentemente um geneticista, Eugene McCarthy, da Universidade da Geórgia, USA, mas compararmos as semelhanças anatômicas, a la Darwin e os bicos de seus tentilhões, a melhor inferência seria a de sermos fruto do acasalamento de porcos com chimpanzés. Pois temos muitas características morfológicas semelhantes aos chimpanzés e também aos porcos, portanto parece somos frutos do acasalamento de ambos. Simples, não (Figura 9) ?
Figura 8. As opções de ancestrais que a evolução lhe oferece de seu ancestral: um ancestral símio ou suíno. Qual deles você vai escolher, ou escolheria o "parzinho romântico" deles?
Mas só o Y? Muitos de nossos cromossomos são semelhantes, de fato, semelhança essa que não causa nenhum espanto pois somos todos primatas, com projetos semelhantes, mas outros cromossomos além do Y como os cromossomos 4, 9, e 12 parecem ter sido totalmente "remodelados",16 com marcadores e genes em ordens bem distintas em chimpazés e humanos, coisa difícil - senão impossível - de se explicar por mutações randômicas a partir de um ancestral símio comum ao logo só dos "míseros" 6 milhões de anos. Ou seja, mano, descansa em paz. Semelhança nenhuma tua com os "chimpa".
7. Fusão dos cromossomos 2A + 2B? Há ainda uma grande diferença genética entre os chimpanzés e os humanos, talvez a mais drástica de todas: humanos têm 23 pares de cromossomos enquanto os macacos tem 24. E 24 é 100% diferente de 23. A racionalização feita para justificar esta "diferença mortal" sugere uma suposta fusão evolutiva dos cromossomos 2A e 2B dos chimpanzés no cromossomo 2 dos humanos. Imaginou-se então que o cromossomo 2 humano apresentava um ponto de fusão, ou um tipo de "cicatriz genética" que indicava o ponto em que os cromossomos ancestrais 2A e 2B dos "chimpas" haviam se fundido via seus telômeros, e que tal cicatriz seria a prova de tal fusão. Mas estudos recentes6 mostraram que não há sinal algum de tal cicatriz no cromossomo 2 dos humanos, e mais ainda: tal estudo apresenta uma série de dados genéticos claros que mostram que tal fusão e tal cicatriz são mais duas falácias da evolução macaco-homem. Por exemplo, no suposto ponto de fusão, há um número muito pequeno de sequências do telômero esperado (TTAGGG) e poucas delas aparecem conectadas (em "tandem), o que aparenta derrubar a tese da fusão cromossômica via telômeros, coisa nunca vista na Vida. Mais ainda, os "centrômeros" foram localizados em regiões bem diferentes daquelas previstas.
E tem mais: imagine que esta fusão tenha mesmo ocorrido, depois que nos separamos dos chimpanzés. O que deveríamos ver então por ai? Dois tipos de humanos, um tipo com 24 e outro tipo com 23 pares de cromossomos, pois a fusão deveria ter ocorrido para um indivíduo único enquanto todos os outros continuaram com seus 24 pares. Mais ainda, é difícil imaginar uma vantagem muito grande de tal fusão que faria com que todos os humanos de 24 cromossomos tivessem sido extintos em detrimento ao "super homem de 23 pares" e seus descendentes. Ou seja, somos mesmo, tudo indica, 100% diferentes dos chimpanzés em termos de número de cromossomos pois 24 é 100% diferente de 23.
Figura 9. A suposta fusão dos cromossomos 2A + 2B dos "chimpas" para formar o cromossomo 2 dos humanos.
8. Diferenças Proteicas de 80%. As diferenças genéticas entre homens e macacos, como já vimos, é gigantesca e tem variado entre 2% a 33%. Mas a imensa maioria do código genético - cerca de 97-98% em humanos - corresponde à metainformação ("ex-DNA lixo"), a qual coordena mas não expressa as proteínas. Em um artigo publicado em 2005,7 foi sugerido, e eu como químico concordo - que a melhor forma de comparar homens com macacos não seria usando os genomas completos dos dois, mas o produto final destes genomas expresso na forma de proteínas - os blocos fundamentais de construção dos seres vivos. Foram então compiladas 127 proteínas mais comuns em humanos e macacos ("orthologous") com um total de 44 mil sequências de aminoácidos. E o que encontraram? Simplesmente, descobriu-se que homens e chimpanzés são 80% diferentes em proteínas- como o título do artigo7 não deixa dúvidas (Figura 11).
E proteínas são coisas tão complexas e finamente ajustadas que não dá para falar que uma proteína é praticamente igual a outra por terem "quase" a mesma sequência de AAs - usando o BLAST como método de comparação, por exemplo - pois como vemos em várias patologias, até uma troca simples de um único AA pode fazer a proteína perder por completo sua função ou até mesmo ter outra bastante diferente. Esse efeito pode ser visto na troca de ácido glutâmico por valina na hemoglobina causando a anemia falciforme. Outro exemplo é o da proteína FOXP2, que tem apenas 2 dos cerca de seus 700 AAs diferentes entre os chimpanzés e os humanos,17 ou seja, são 99,7 % semelhantes. Mas a proteína FOXP2 dos humanos têm uma asparagina em vez de treonina na posição 303 e uma serina no lugar de uma asparagina na posição 325, e estas alterações "sutis" fazem uma "tremenda" diferença na suas funções e nas regulação de suas atividades via fosforilação. Assim, um grau muito elevado de semelhança de sequências pode ser irrelevante se o AA que é diferente desempenha um papel crucial, e um único ou pouquíssimos AAs podem tornar uma proteína 100% diferente da outra.
Figura 11. Homens e chimpanzés: imensas diferenças anatômicas, comportamentais, e de fala e raciocínio, e em proteínas um mega "Big Bang" de 80 %.
9. Telômeros: No final de cada cromossomo, há estruturas bastante complexas conhecidas como telômeros (Figura 12) formadas por RNA, DNA e várias proteínas, e que contém no DNA sequências repetidas de bases, TTAGGG em humanos. A função atribuída aos telômeros é de preservar os cromossomos, protegendo-os de degradação, de recombinação e de fusão. Sim, de fusão! Seu tamanho diminui ao longo das duplicações celulares até um tamanho mínimo que interrompe a proliferação celular, o que indicaria que telômeros poderiam funcionar também como um relógio celular controlando o "tempo de Vida". As sequências repetidas dos telômeros não aparecem, porém, apenas no final dos cromossomos, mas são vistas, e com muita frequência, em regiões internas do DNA em vários cromossomos, como no cromossomo 2 e no Y de humanos. O cromossomo Y tem cerca de 0,25% de sua sequência em repetições TTAGGG, o que demonstra que tais repetições têm também função "interna", sendo mais um nível de informação no DNA. Essas sequências internas desmistificam ainda a suposta evidência de fusão cromossômica 2A + 2B = 2 via telômeros já discutida. Os telômeros dos chimpanzés e outros primatas têm cerca de 23 mil bases repetidas. Os humanos são únicos entre os primatas, e possuem telômeros bem menores, com cerca de 10 mil repetições, o que nos faz em termos de telômeros - só considerando tamanho, fora outras diferenças, cerca de 67% diferentes.
Figura 12. A maravilhosa engenharia genética dos telômeros, proteções terminais de nossos cromossomos formados por fitas dupla hélice de DNA com repetições TTAGG, além de várias proteínas.
10. "O pseudogene beta globina". Evolucionistas há muito tempo usavam este gene como mais um dos pilares da argumentação pró-evolução "macaco-homem", e o chamavam de um "pseudogene", pois "criam" que ele estava rompido. Argumentava-se então que chimpanzés e humanos - por terem este mesmo "pseudogene", compartilhavam uma relíquia genética de um ancestral comum. Mas um estudo recente mostrou ser este mais um equívoco da evolução. Nada de remanescente mutante inútil, pois descobriu-se que o "pseudogene" HBBP1 β-globin" exerce funções genéticas múltiplas em uma ampla diversidade de tecidos e tipos de células como uma característica reguladora habilmente projetada, sendo ainda altamente intolerante às mutações.8
E olha que deixamos de lado outras diferenças enormes. Parafraseando Ariano Suassuna, nem citamos Bethoven e sua 5a. sinfonia para "não humilhar os chimpas". E nem falamos também da capacidade de fala e raciocínio dos humanos, outro "big bang"evolutivo. E como já foi demonstrado em humanos que cresceram enclausurados, a fala mesmo em homens modernos só é desenvolvida por estímulo. Como então imaginar de onde tal capacidade junto com o estímulo surgiu de seres não-falantes? Biólogos tem se perguntado como humanos e chimpanzés, seres tão geneticamente "semelhantes" - o mito dos 2-3% - poderiam ser tão diferentes, morfológica e intelectualmente? Corrigida frente às evidências mais recentes, essa pergunta seria reformulada assim: "Como seres tão diferentes podem ser tão diferentes?" A resposta então se torna óbvia, e a pergunta tola. Como nunca antes, portanto, a teoria neodarwinista que assume o parentesco evolutivo entre chimpanzés e humanos se mostra hoje como um delírio ideológico apoiado na pretensa ação de processos naturais -seleção natural, duplicação de genes e mutações ocorrendo ao longo de milhões de anos - e comparações superficiais morfológicas, além de argumentação retórica sobre o "por que" se esquecendo do "como". E por culpa de nossa quase ignorância sobre o genoma dos chimpanzés e humanos, de seus cromossomos Y, e seus telômeros, e tudo mais, a evolução "macaco-homem" fez sentido por um certo tempo. Mas agora que os paleontólogos construíram um enorme e bem detalhado "museu da Vida", e os geneticistas desvendaram os códigos genéticos dos dois, e calcularam suas taxas de incorporação de mutações benéficas e deletérias, e descobriram também a ação quase nula da seleção natural sobre nossos genomas, e tudo mais, o delírio se desfez, como uma miragem no deserto. Como o despertar de um longo sonho, ufanista.
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Referências e notas
1. J. B. S. Haldane "The Cost of Natural Selection", J. Genet. 1957, 55, 511.
2. "Cost theory and the cost of substitution— a clarification" TJ 2005, 199, 113.
3. "The Biotic Message", St. Paul Science, 1995, de Walter J. ReMine.
4. "Comprehensive Analysis of Chimpanzee and Human Chromosomes Reveals Average DNA Similarity of 70%" Tomkins, J. P. Answers Research Journal. 2013, 6, 63.
5. "Chimpanzee and human Y chromosomes are remarkably divergent in structure and gene content" Jennifer F. Hughes, Helen Skaletsky, Tatyana Pyntikova, Tina A. Graves, Saskia K. M. van Daalen, Patrick J. Minx, Robert S. Fulton, Sean D. McGrath, Devin P. Locke, Cynthia Friedman, Barbara J. Trask, Elaine R. Mardis, Wesley C. Warren, Sjoerd Repping, Steve Rozen, Richard K. Wilson, David C. Page Nature, 2010, 463, 536.
6. Genomic Structure and Evolution of the Ancestral Chromosome Fusion Site in 2q13–2q14.1 and Paralogous Regions on Other Human Chromosomes Yuxin Fan, Elena Linardopoulou, Cynthia Friedman, Eleanor Williams, Barbara J. Trask Genome Research 2002, 12, 1651.
7. "Eighty percent of proteins are different between humans and chimpanzees" Galina Glazko, Vamsi Veeramachaneni, Masatoshi Nei, Wojciech MakayowskiGene , 346, 215–219, 2004.
8. "Evolutionary Constraints in the β-Globin Cluster: The Signature of Purifying Selection at the δ-Globin (HBD) Locus and Its Role in Developmental Gene Regulation" Ana Moleirinho, Susana Seixas, Alexandra M. Lopes, Celeste Bento, Maria J. Prata, António Amorim, Genome Biology and Evolution, 2013, 5, 559.
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11. Temos 1/3 de genes específicos em humanos quando comparados com os chimpanzés segundo esse artigo: "Mapping Human Genetic Ancestry" Ingo Ebersberger, Petra Galgoczy, Stefan Taudien, Simone Taenzer, Matthias Platzer, Arndt von Haeseler, Mol. Biol. Evol. 24, 2266, 2007.
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17. “Molecular Evolution of FOXP2, a Gene Involved in Speech and Language” Wolfgang Enard, Molly Przeworski, Simon E. Fisher, Cecilia S. L. Lai, Victor Wiebe, Takashi Kitano, Anthony P. Monaco, Svante Pääbo Nature 418, 869, 2002.
18. “Genetic Evidence for Complex Speciation of Humans and Chimpanzees" N. Patterson et al., ” Nature 441, 315, 2006.
19. George C. Williams - outro geneticista evolucionista famoso, "afrontando" toda uma comunidade, escreveu em seu livro "Natural Selection: Domains, Levels, and Challenges", 1992, 143-144: "The Haldane's Dilemma was never solved, by Wallace or anyone else". ou em portugues: "O dilema de Haldane nunca foi solucionado, por Wallace ou quem quer que seja".