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A PERFEITA CRIAÇÃO DE DEUS
https://www.youtube.com/results?search_query=sintonia+fina+do+universo&search_type=&aq=f
https://www.youtube.com/watch?v=k4RBekVh6Mo&feature=related
CRIACIONISMO BÍBLICO
http://www.portalevangelico.pt/noticia.asp?id=2669
No princípio criou Deus os céus e a Terra.
Génesis 1:1
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus e Ele mesmo era Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem Ele nada do que foi feito se fez.
João 1:1-3
A opinião largamente dominante sobre o Criacionismo Bíblico (CB) é a de que se trata de uma concepção pré-moderna totalmente ultrapassada, própria de um reduto de fundamentalistas cristãos que interpretam a Bíblia literalmente. Ninguém que pretenda ser culto e intelectualmente sofisticado acredita nisso! Nem os maiores teólogos da actualidade! Por ser largamente aceite, este entendimento é socialmente muito mais confortável, pelo que quem tiver na opinião da maioria o seu critério último de verdade já sabe o que tem que pensar. Para esses, o presente artigo acaba aqui.
O problema é que semelhante entendimento assenta numa visão caricatural do CB, que nada tem que ver com a realidade dos factos. Por vezes certas “realidades” afiguram-se de tal maneira indiscutíveis que, ou por medo do ridículo e da pressão dos pares, ou por força de uma espécie de hipnose colectiva, a discussão crítico-racional passa a ser impossível e torna-se muito difícil ver e dizer que “o rei vai nu!”. A visão caricatural do CB, radicada no imaginário da comunidade científica e da generalidade da opinião pública1 , conduz a que muitos cientistas de hoje nem sequer queiram ouvir e discutir os argumentos criacionistas.
O objectivo fundamental deste artigo consiste na desconstrução crítica do mito da modernidade, segundo o qual uma explicação racional do Universo e da vida é necessariamente uma explicação naturalista e materialista. Diferentemente, pretende-se demonstrar que, em última análise, a própria ideia de explicação racional só faz sentido se se estiver perante pessoas racionais, vivendo num Universo racional, criado por um Ser racional. Não tendo o autor formação teológica ou científica, mas apenas jurídica, não pode este artigo ter outro objectivo senão o de fornecer, em termos expositivos, mas tão rigorosos quanto possível, uma visão sinóptica de alguns dos principais argumentos criacionistas que têm sido avançados por especialistas de várias matérias, acompanhada de algumas referências bibliográficas de sustentação e controlo das premissas, das considerações e das conclusões do texto.
CIÊNCIA E FÉ NO DEBATE SOBRE CRIAÇÃO E EVOLUÇÃO
Acaso se ensinará ciência a Deus, a ele que julga os excelsos?
Jó 21:22
Esqueces o Senhor, que te criou, que estendeu os céus e alicerçou a Terra.
Isaías 51:13
Numa recente entrevista na revista Scientist, de Novembro de 2003, Ernst Mayr2 , um dos mais proeminentes biólogos evolucionistas da actualidade, com 99 anos de idade, afirmou que todas as épocas têm sido marcadas por grandes pensadores. Assim como Lutero e Calvino marcaram a Reforma e Locke, Leibniz e Voltaire o iluminismo, em seu entender, a modernidade foi marcada pelo génio de Charles Darwin, um jovem formado em teologia com gosto pela biologia. Para Ernst Mayr, professor de Harvard, Darwin forneceu as respostas às questões básicas da vida, prescindindo completamente de Deus. A publicação de A Origem das Espécies3 , com a sua teoria da evolução das espécies baseada na selecção natural, veio pôr em causa o argumento de design na natureza, que desde sempre dominou o pensamento judaico-cristão, e que havia sido elaborado na célebre obra de William Paley sobre teologia natural4 . Ao contestar abertamente os argumentos de design na natureza, Darwin veio dar um forte impulso ao positivismo, ao naturalismo e ao materialismo que têm vindo a influenciar o pensamento moderno pós-iluminista.
Desde a sua obra, e graças ao contributo de nomes como Hutton, Lyell, Spencer, Huxley, Haeckel, Simpson, Mayr, Lewontin, Gould e Dawkins, a teoria da evolução (TE) adquiriu um estatuto de cientificidade inatacável, ao passo que o relato bíblico da criação foi totalmente desacreditado e remetido para o estatuto de mito. Abriu-se assim as portas ao entendimento dicotómico que domina e condiciona a abordagem da questão das origens, nos termos do qual a Bíblia é, na melhor das hipóteses, importante do ponto de vista da fé subjectiva e da moral individual, ao passo que a ciência é que fornece a chave de compreensão da realidade objectiva. Para esta visão das coisas, a ciência é inerentemente naturalista, na medida em que visa encontrar explicações naturais para os fenómenos. Falar na possibilidade de criação divina é, por definição, uma questão de fé, e não um problema científico5 . Ernst Mayr é particularmente claro quanto a este ponto. Para ele, a ciência fornece um quadro objectivo muito diferente do relato do Génesis. Em seu entender6 , podemos conservar e apreciar estas histórias da criação como parte da nossa herança cultural, mas voltamo-nos para a ciência quando queremos aprender a verdade real sobre a história do mundo.
A teologia cristã procurou adaptar-se a esta nova realidade. Traumatizada pela herança inquisitorial e pelo célebre episódio de Galileu – que desafiou a cosmologia aristotélico-ptolemaica (não bíblica!) acolhida pela Igreja do seu tempo –, influenciada pelo espírito racionalista e naturalista da modernidade e esmagada pela força aparente das evidências a favor da TE, muitos teólogos, inicialmente de matriz protestante, procuraram, ao longo do século XIX, encontrar um compromisso entre a Bíblia e a ciência, a fé e a razão. No entanto, essa procura assentou na aceitação tácita a priori dos postulados naturalistas, racionalistas e evolucionistas, dados por muitos como indiscutíveis. De acordo com estes postulados, a religião era vista, em si mesma, como uma fase de um processo evolutivo que começa com o mito e tem como ponto de chegada um estado de emancipação e maturidade racional. Do mesmo modo, os escritos bíblicos eram interpretados em termos histórico-dialéticos, materialistas ou idealistas, ou como documentos forjados no contexto de conflitos políticos, económicos e sociais entre grupos, classes e correntes religiosas, ou, em termos hegelianos, como parte do processo de auto-manifestação do Espírito Absoluto.
Está hoje demonstrado que o preconceito anti-semita levou muitos racionalistas e nacionalistas alemães do século XVIII e XIX a exaltar a Razão e a Nação e a desvalorizar os escritos hebraicos como sendo manifestações de atavismo e primitivismo. Este entendimento integrava-se num contexto espiritual e intelectual marcado pela crítica racionalista do Antigo Testamento, pela afirmação da “morte de Deus”7 e pela questão judaica, não sendo descabido ver aqui muita da lenha da horrenda fogueira que viria a ser o Holocausto8 . Nem a teologia cristã mais bem intencionada escapou a estas influências. Sob a inspiração da abordagem crítica, racionalista e evolucionista de estudiosos da Bíblia como Julius Wellhausen, o teólogo Rudolf Bultmann veio apelar à desmitificação de todo o relato bíblico9 , ao passo que a escola neo-ortodoxa, de Karl Barth e Emil Brunner, enfatizou a dimensão subjectiva e existencialista da fé10 . Para estes teólogos, a Bíblia fala com autoridade apenas em questões de fé, não tendo qualquer autoridade em questões históricas e científicas. Esta maneira de ver, tipicamente naturalista e materialista, domina ainda grande parte da teologia cristã contemporânea11 . A sua influência detecta-se facilmente em muitos estudos cristológicos, para não falar das teses anacrónicas e hoje largamente desacreditadas do conhecido movimento hipercrítico “Jesus Seminar”12 . Em muitos círculos teológicos discuti-la é uma heresia.
A PERFEITA CRIAÇÃO DE DEUS
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https://www.youtube.com/watch?v=k4RBekVh6Mo&feature=related
CRIACIONISMO BÍBLICO
http://www.portalevangelico.pt/noticia.asp?id=2669
No princípio criou Deus os céus e a Terra.
Génesis 1:1
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus e Ele mesmo era Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem Ele nada do que foi feito se fez.
João 1:1-3
A opinião largamente dominante sobre o Criacionismo Bíblico (CB) é a de que se trata de uma concepção pré-moderna totalmente ultrapassada, própria de um reduto de fundamentalistas cristãos que interpretam a Bíblia literalmente. Ninguém que pretenda ser culto e intelectualmente sofisticado acredita nisso! Nem os maiores teólogos da actualidade! Por ser largamente aceite, este entendimento é socialmente muito mais confortável, pelo que quem tiver na opinião da maioria o seu critério último de verdade já sabe o que tem que pensar. Para esses, o presente artigo acaba aqui.
O problema é que semelhante entendimento assenta numa visão caricatural do CB, que nada tem que ver com a realidade dos factos. Por vezes certas “realidades” afiguram-se de tal maneira indiscutíveis que, ou por medo do ridículo e da pressão dos pares, ou por força de uma espécie de hipnose colectiva, a discussão crítico-racional passa a ser impossível e torna-se muito difícil ver e dizer que “o rei vai nu!”. A visão caricatural do CB, radicada no imaginário da comunidade científica e da generalidade da opinião pública1 , conduz a que muitos cientistas de hoje nem sequer queiram ouvir e discutir os argumentos criacionistas.
O objectivo fundamental deste artigo consiste na desconstrução crítica do mito da modernidade, segundo o qual uma explicação racional do Universo e da vida é necessariamente uma explicação naturalista e materialista. Diferentemente, pretende-se demonstrar que, em última análise, a própria ideia de explicação racional só faz sentido se se estiver perante pessoas racionais, vivendo num Universo racional, criado por um Ser racional. Não tendo o autor formação teológica ou científica, mas apenas jurídica, não pode este artigo ter outro objectivo senão o de fornecer, em termos expositivos, mas tão rigorosos quanto possível, uma visão sinóptica de alguns dos principais argumentos criacionistas que têm sido avançados por especialistas de várias matérias, acompanhada de algumas referências bibliográficas de sustentação e controlo das premissas, das considerações e das conclusões do texto.
CIÊNCIA E FÉ NO DEBATE SOBRE CRIAÇÃO E EVOLUÇÃO
Acaso se ensinará ciência a Deus, a ele que julga os excelsos?
Jó 21:22
Esqueces o Senhor, que te criou, que estendeu os céus e alicerçou a Terra.
Isaías 51:13
Numa recente entrevista na revista Scientist, de Novembro de 2003, Ernst Mayr2 , um dos mais proeminentes biólogos evolucionistas da actualidade, com 99 anos de idade, afirmou que todas as épocas têm sido marcadas por grandes pensadores. Assim como Lutero e Calvino marcaram a Reforma e Locke, Leibniz e Voltaire o iluminismo, em seu entender, a modernidade foi marcada pelo génio de Charles Darwin, um jovem formado em teologia com gosto pela biologia. Para Ernst Mayr, professor de Harvard, Darwin forneceu as respostas às questões básicas da vida, prescindindo completamente de Deus. A publicação de A Origem das Espécies3 , com a sua teoria da evolução das espécies baseada na selecção natural, veio pôr em causa o argumento de design na natureza, que desde sempre dominou o pensamento judaico-cristão, e que havia sido elaborado na célebre obra de William Paley sobre teologia natural4 . Ao contestar abertamente os argumentos de design na natureza, Darwin veio dar um forte impulso ao positivismo, ao naturalismo e ao materialismo que têm vindo a influenciar o pensamento moderno pós-iluminista.
Desde a sua obra, e graças ao contributo de nomes como Hutton, Lyell, Spencer, Huxley, Haeckel, Simpson, Mayr, Lewontin, Gould e Dawkins, a teoria da evolução (TE) adquiriu um estatuto de cientificidade inatacável, ao passo que o relato bíblico da criação foi totalmente desacreditado e remetido para o estatuto de mito. Abriu-se assim as portas ao entendimento dicotómico que domina e condiciona a abordagem da questão das origens, nos termos do qual a Bíblia é, na melhor das hipóteses, importante do ponto de vista da fé subjectiva e da moral individual, ao passo que a ciência é que fornece a chave de compreensão da realidade objectiva. Para esta visão das coisas, a ciência é inerentemente naturalista, na medida em que visa encontrar explicações naturais para os fenómenos. Falar na possibilidade de criação divina é, por definição, uma questão de fé, e não um problema científico5 . Ernst Mayr é particularmente claro quanto a este ponto. Para ele, a ciência fornece um quadro objectivo muito diferente do relato do Génesis. Em seu entender6 , podemos conservar e apreciar estas histórias da criação como parte da nossa herança cultural, mas voltamo-nos para a ciência quando queremos aprender a verdade real sobre a história do mundo.
A teologia cristã procurou adaptar-se a esta nova realidade. Traumatizada pela herança inquisitorial e pelo célebre episódio de Galileu – que desafiou a cosmologia aristotélico-ptolemaica (não bíblica!) acolhida pela Igreja do seu tempo –, influenciada pelo espírito racionalista e naturalista da modernidade e esmagada pela força aparente das evidências a favor da TE, muitos teólogos, inicialmente de matriz protestante, procuraram, ao longo do século XIX, encontrar um compromisso entre a Bíblia e a ciência, a fé e a razão. No entanto, essa procura assentou na aceitação tácita a priori dos postulados naturalistas, racionalistas e evolucionistas, dados por muitos como indiscutíveis. De acordo com estes postulados, a religião era vista, em si mesma, como uma fase de um processo evolutivo que começa com o mito e tem como ponto de chegada um estado de emancipação e maturidade racional. Do mesmo modo, os escritos bíblicos eram interpretados em termos histórico-dialéticos, materialistas ou idealistas, ou como documentos forjados no contexto de conflitos políticos, económicos e sociais entre grupos, classes e correntes religiosas, ou, em termos hegelianos, como parte do processo de auto-manifestação do Espírito Absoluto.
Está hoje demonstrado que o preconceito anti-semita levou muitos racionalistas e nacionalistas alemães do século XVIII e XIX a exaltar a Razão e a Nação e a desvalorizar os escritos hebraicos como sendo manifestações de atavismo e primitivismo. Este entendimento integrava-se num contexto espiritual e intelectual marcado pela crítica racionalista do Antigo Testamento, pela afirmação da “morte de Deus”7 e pela questão judaica, não sendo descabido ver aqui muita da lenha da horrenda fogueira que viria a ser o Holocausto8 . Nem a teologia cristã mais bem intencionada escapou a estas influências. Sob a inspiração da abordagem crítica, racionalista e evolucionista de estudiosos da Bíblia como Julius Wellhausen, o teólogo Rudolf Bultmann veio apelar à desmitificação de todo o relato bíblico9 , ao passo que a escola neo-ortodoxa, de Karl Barth e Emil Brunner, enfatizou a dimensão subjectiva e existencialista da fé10 . Para estes teólogos, a Bíblia fala com autoridade apenas em questões de fé, não tendo qualquer autoridade em questões históricas e científicas. Esta maneira de ver, tipicamente naturalista e materialista, domina ainda grande parte da teologia cristã contemporânea11 . A sua influência detecta-se facilmente em muitos estudos cristológicos, para não falar das teses anacrónicas e hoje largamente desacreditadas do conhecido movimento hipercrítico “Jesus Seminar”12 . Em muitos círculos teológicos discuti-la é uma heresia.
Última edição por Elohim888 em Qui Ago 20, 2009 2:09 pm, editado 2 vez(es)